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domingo, 6 de outubro de 2013

VIAGEM



Não é preciso morar na esquina 
nem ser jovem ou belo: 
o amor melhor é sempre dentro 
e perto. 
Chega inesperado, 
vem forte vem doce, acalma 
e desatina. 

Se está na minha rua ou vem de fora, 
ele ignora o tempo e a idade: 
o amor é sempre 
agora. 

É vento sutil e mar sem beira: 
o amor é destino de quem está aberto, 
e dói sem remissão quando negado. 

O melhor amor sacia a fome inteira: 
mas tem de ser aceito, 
tem de ser ousado, tem de ser 
navegado.

LYA LUFT
In Para não dizer adeus, 2005


DÁDIVA




Derrama sobre mim tua esperança de homem, 
tanto tempo contida: 
planta em meu solo a árvore da renovação, 
mais alta do que noite escura. 

Larga a solidão, apaga a desesperança, 
inventa um novo reino 
onde as águas não são naufrágio, 
nem o amor desengano. 

Vem para esta enseada, onde há ventania 
e risco, mas podes ancorar teu coração 
depois da longa procura, 
para que ele pouse e pulse e brilhe 

como a estrela-do-mar em seu fundo 
de oceano.

 LYA LUFT
In Para Não Dizer Adeus, 2005



BEM QUE EU QUERIA DORMIR



Bem que eu queria dormir. 
mas a culpa chamou-me a noite inteira. 
Eu preferia fugir, 
mas a morte arranhava a minha porta. 

Devia esquecer o amor, 
mas esse não desiste de mim: 
me agarra, me devora e me vomita 
no alto da escada. 
enganosa luz. 
Bela dama: basta uma palavra tua. 



 LYA LUFT 
Im Mulher no palco, 1984 



ENTÃO ALGO MUDOU




Então algo mudou: o tom de voz, o olhar que se 
esquiva, a mão que se afasta. 
A porta precisa ser fechada, a ponte levantada, 
queimados os navios. Levaremos meses, anos esten- 
dendo as mãos para um vazio, interrogando uma 
ausência. 
Encarar a realidade é um modo de morrer. Mas sem 
isso, não haverá renascimento.

 LYA LUFT
In Secreta Mirada, 1997


ESTOU SEMPRE NOS LIMIARES



Estou sempre nos limiares: 
sou sempre esta pausa antes 
do início de uma canção, 
sou um momento de espera, 
quase um fim de solidão. 

Sou margem de caminho para a morte, 
gesto que pressente atrás do véu: 
promessa de chuvas sob o céu, 
e vôo que antes de partir 
repousa...

 LYA LUFT
In Mulher no Palco, 1984


SEMÂNTICA




Não se enganem comigo: 
se digo sul pode ser norte, 
chego mas fico ausente, 
o triste é também o belo, 
procuro o que não se perde 
nem se pode encontrar. 

Buscar resposta nos livros 
é esconder-se entre linhas. 
Não creio no que se enxerga, 
mas nisso que se disfarça 
por mais que se tente olhar: 
assim me tem seduzida. 

Eis o jogo que eu persigo, 
meu jeito de ser feliz, 
o desafio que me embala: 
sempre que escrevo "morte" 
estou falando da vida. 


LYA LUFT
In Para Não Dizer Adeus, 2005


MAR DE MENINA



Havia um mar, 
e ali brotava uma ilha 
povoada de lobos e de pensamentos. 
Havia um fundo escuro e belo 
onde os náufragos dançavam com sereias. 
Havia ansiedade e abraço. 
Havia âncora e vaguidão. 

Brinquei com peixes e anjos, 
fui menina e fui rainha, 
acompanhada e largada, 
sempre a meia altura 
do chão. 

A vida um barco, remos ou ventos, 
tudo real e tudo 
ilusão.

LYA LUFT 
In Para não dizer adeus, 2005



MATURIDADE



Caminho entre as minhas perdas 
que são insetos escuros, 
e os meus ganhos: douradas borboletas. 

A luz de uma paixão, o dedo da morte, 
o grave pincel da solidão 
desenharam meus contornos, firmaram 
meu chão. 

Que liberdade, não precisar pensar; 
que alívio não ter de administrar 
minha vida: 
apenas andar, e olhar, 
apenas ouvir essas vozes 
que vêm de longe, passam por mim 
e não me dão importância. 

Porque no vasto oceano, 
a minha eventual desarmonia 
é só uma gota 
desafinada. 
Mais nada.

 LYA LUFT
In Para Não Dizer Adeus, 2005

NÃO É UMA ESPERANÇA



Não é uma esperança: 
é a voz de alguém clamando 
sempre que espero que algum anjo fale. 
Não sou ninguém, sentada neste espaço 
entre os espelhos do mar e os penhascos 
do coração. 
(Se eu me lançasse deles, enrolada 
nas tantas frases que formei na vida?) 

No mar-espelho fui jogando todas 
as máscaras sem olhos 
que me guardavam no avesso, e me vestiam. 
São delas essas mãos que agora emergem 
do mar, do sonho, da memória. 
e ao meu pescoço amarram suas tranças 
para levar.

 LYA LUFT
In Mulher no palco, 1984


REVELAÇÃO



Quando chegaste,
redescobri em mim inocência e alegria.
Removi a máscara que sobrava:
nada havia a esconder de ti,
nem medo - a não ser partires.

Supérfluas as palavras,
dispensada a aparência, fiquei eu,
sem prumo,
como antes da primeira dúvida
e do último desencanto.

Quando chegaste,
escutei meu nome como num outro tempo.
o meu lado da sombra entregou
o que ninguém via:
as feridas sem cura e a esperança sem rumo.

Começa a crer, por mim, que o amor é possível,
e que a vida vale a pena e o pranto
de cada dia.

 LYA LUFT
In Perdas e Ganhos, 2003

INFÂNCIA



"A infância é o chão sobre o qual caminharemos
 o resto dos nossos dias.
 Se for esburacado demais vamos tropeçar mais,
 cair com mais facilidade e quebrar a cara -
 o que pode até ser saudável, pois nos dará 
 chance de  reconstruirmos nosso rosto."
- Lya Luft, 
em “Perdas e Ganhos"







quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O LADO FATAL





Quando meu amado morreu, não pude acreditar:
andei pelo quarto sozinha repetindo baixo:
"Não acredito, não acredito."
Beijei sua boca ainda morna,
acarinhei seu cabelo crespo,
tirei sua pesada aliança de prata com meu nome
e botei no dedo.
Ficou larga demais, mas mesmo assim eu uso. 

II 

Muita gente veio e se foi.
Olharam, me abraçaram, choraram,
todos com ar de uma incrédula orfandade. 

III 

Aquele de quem hoje falam e escrevem
(ou aos poucos vão-se esquecendo)
é muito menos do que este, deitado em meu coração,
meu amante e meu menino ainda. 

IV 

Deus
(ou foi a Morte?)
golpeou com sua pesada foice
o coração do meu amado
(não se vê a ferida, mas rasgou o meu também).
Ele abriu os olhos, com ar deslumbrado,
disse bem alto meu nome no quarto do hospital,
e partiu. 

Quando se foram também os médicos e suas máquinas inúteis,
ficamos sós: a Morte (ou foi Deus?)
o meu amado e eu.
Enterrei o rosto na curva do seu ombro
como sempre fazia,
disse as palavras de amor que costumávamos trocar.
O silêncio dele era absoluto: seu coração emudecido
e o meu, varados por essa dourada foice.
Por onde vou deixo o rastro de um sangue denso e triste
que não estancará jamais. 


Insensato eu estar aqui, e viva.
O rosto dele me contempla
vincado e triste no retrato sobre minha mesa;
em outros, sorri para mim, apaixonado e feliz.
Insensato, isso de sobreviver:
mas cá estou, na aparência inteira. 

Vou à janela esperando que ele apareça
e me acene com aquele seu gesto largo e generoso,
que ao acordar esteja ao meu lado
e que ao telefone seja sempre a sua voz. 

Sei e não sei que tudo isso é impossível,
que a morte é um abismo sem pontes
(ao menos por algum tempo). 

Sobrevivo, mas pela insensatez. 

VI 

Pensei que estávamos apenas no começo:
a casa mal-e-mal nos alicerces.
Mas provavelmente estava concluída
e eu não sabia.
Tínhamos erguido em nossos poucos anos
as paredes necessárias;
o telhado se inclinava ao jeito certo,
e havia vidraças nas janelas.
(Éramos felizes ali dentro
mesmo com as tempestades de fora.)
Tudo se construiu num lapso tão curto:
até a porta de entrada, por onde ele saiu
casualmente como quem vai comprar jornal.
A porta está apenas encostada
embora pareça alta, dura, intransponível:
do lado de lá, o meu amor vê as maravilhas
que tanto nos intrigavam nesta vida. 

VII 

Tanto escrevi sobre a morte
em livros e poemas nesses anos:
sempre achei que a entendia um pouco. 

Mas agora que ela me dilacerou a vida,
me rasgou o peito,
me levou o amado,
sinto que mal começo a compreender
sua mensagem:
tirando-o de mim, a morte o devolve
para que seja mais meu. 

Dentro de mim um quebra-cabeças, e nele o meu amado.
Nem Deus o tirará daqui. 

VIII 

O meu amado morreu:
viver sem ele, como dói.
Não tivemos filhos juntos,
nosso passado foi tão breve que era sempre
[presente.
Um dia ele mandou fazer um par de alianças
de pesada prata, parecendo antigas;
gravou apenas nossos nomes, sem data, e disse:
"Somos um só desde sempre."
Ainda não acreditei em sua morte,
e talvez isso me salve por enquanto.
Levantar-me da cama cada dia é um ato heróico,
acender o cigarro, atender o telefone, tomar café.
Mas faço tudo isso:
falo, ando, recebo visitas.
Compro móveis para a casa onde moro sem ele,
imaginando: será que ele vai gostar? 

De algum secreto lugar me vem a força
para erguer a xícara, acender o cigarro,
até sorrir quando alguém me diz:
"Você hoje está com a cara ótima",
quando penso se não doeria menos
jogar-me de um décimo-primeiro andar. 

XIX 

Amado meu, agora morto,
postado do lado de lá da fronteira que nos seduzia,
mudo e quedo como se não existisses:
eu sei que existes,
intensamente, ardentemente existes,
feito e desfeito no fogo de um amor maior que o nosso
mas que nos abrange. 

Amado meu, morto agora e para sempre vivo,
hás de ter ainda o intenso olhar que me entendia,
as curvas amorosas da boca que chamou meu nome,
as belas, inquietas mãos que ardiam nas minhas.
Ajuda-me agora, silencioso que estás,
a suportar a sobrevida
e a decifrar esse alto, intransponível muro que me cerca. 


Nunca tivemos filhos juntos, e ele reclamava:
"Nosso amor merecia um filho ao menos. 

"Nosso filho é a minha dor de hoje,
é a fulguração que nos deixava tontos,
é o novelo da memória que teço e reteço
nas minhas insônias. 

Nosso filho é o meu tempo de agora
para falar do meu amado:
da sua força e sua fragilidade,
da sua indignação e seus prantos,
da sua necessidade de ser amado e aceito
como finalmente deve estar sendo, por inteiro,
na realização de todos os seus vastos desejos. 

XI 

O meu amor enveredou por sua morte
como quem vai a um encontro de amor:
impaciente.
Deixou-me este coração golpeado,
esta derrota.
Mas também ficou a claridade desses anos
e a sensação de que ele finalmente
vive o encontro de amor
que toda a devoção de minha vida não lhe poderia dar.
(Um dia, celebraremos juntos.) 

XII 

Se me tivessem amputado braços e pernas
e furado o coração com frias facas
e cegado meus olhos com ganchos
e esfolado a minha pele como a de um podre bicho
- nada doeria mais
que te saber morto, amado meu,
depositado
nesse irremediável poço de silêncio de onde não respondes.
(A não ser em sonho, quando me olhas
e tuas mãos tocam as minhas espalmadas,
abertas, feridas, vazias.) 

XIII 

O meu amado morreu:
preciso viver sua morte até o fim.
Morreu sem que se instalasse entre nós cansaço e banalidade.
Talvez tenha morrido na medida certa
para nada se desgastar.
Dele me vem a dor, mas também a ternura,
a claridade que me permite ver
em todos os rostos o seu rosto
em todos os vultos o seu vulto
e ouvir em todos os silêncios
o seu inesperado riso de criança 

XIV 

Estranha a vida:
fico tangendo meus dias
como um rebanho de ovelhas desordenadas
nessa triste e fria cidade de Porto Alegre
onde ele gostava de estar
olhando o pôr-do-sol e vendo amigos.
"Morrer é tomar um porre de não-desejo"
dizia o meu amado, que era um homem desejoso:
desejava a vida, desejava a morte, desejava a justiça,
desejava a eternidade e a paz. 

Estranha a vida:
quando releio uma frase sua,
"viver é modular a morte",
em sangue e dor preparo a minha ida. 

Estranho também esse amor,
com hora marcada para a mutilação
da morte, o minuto acertado,
e o fim consultando o relógio
para nos golpear. 

Estranho esse amor de agora,
com meu amado atrás de um espelho baço
onde às vezes penso divisar seu vulto
como num aquário.
Enrolado em silêncio,
mais que nunca o meu amor comanda a minha vida. 

XV 

Não falem alto comigo:
andem sempre na ponta dos pés.
Principalmente, não me toquem.
Finjam que não vêem se tenho um jeito absorto,
se nem sempre entendo as perguntas
com a rapidez de antigamente,
se pareço fatigada
e sem graça como nunca fui. 

Façam silêncio ao meu redor.
Não me interessa nada o cotidiano nem o místico.
Não quero discutir o preço do mercado
nem os grandes mistérios da eternidade. 

XVI 

Levo meu amado no peito
como quem carrega nos braços para sempre
uma criança morta. 

XVII 

Amado meu, que tanto ensinaste
de mim a mim mesma, e do mundo
a quem o conhecia pouco: 

quando se desfizer escura a noite desta perda,
quero enxergar pelos teus olhos,
amar através do teu amor
as coisas que me restaram. 

Amado meu, vivo em mim para sempre,
apesar da ruga a mais
e do olhar mais triste,
devo-te isto:
voltar a amar a vida
como agora amas, inteiramente,
a tua morte.


- Lya Luft, 
em “O lado fatal”. 1988.
O poema foi escrito para Hélio Pellegrino (1924-1988).





Lembro-me de ti



Lembro-me de ti
Nesse instante absoluto,
A vida conduzida por um fio de música.
Intenso e delicado, ele vai-nos fechando num casulo
Onde tudo será permitido.

Se é só isso que podemos ter,
Que seja forte. Que seja único.
Tão íntimo quanto ouvirmos a mesma melodia,
Tendo o mesmo - esplêndido - pensamento.

- Lya Luft, 
em "Mulher no palco", 1984.


Inútil espera




O rumor de uns passos enérgicos,
a voz me chamando no jardim, na sala
rosas com nomes secretos, e um perfume
igual ao dela.
Legou-me sua alegria inesperada,
o amor à vida,
e algo do perfil. Não sua beleza:
essa ficou nos retratos.
Nada lhe significo mais:
quando me vê enxerga outros rostos,
mais reais do que eu na sua ilha.
É minha mãe e não é,
vive e não vive, na clausura da mente
adormecida.

Mas eu,
a cada visita espero o impossível:
que ainda uma vez o seu olhar me alcance,
e por um momento ame, nesta mulher, a sua filha.

- Lya Luft,
 em "Para não dizer adeus", 2005

Homens são passos



Homens são passos; mulheres são perfumes
que se aproximam, param e se esquivam
sem lançar raízes nessa treva.
Beijam-se às vezes, como num murmúrio,
e eu abro meus lábios tão precários,
para depois, num mundo só de beijos,
pousar a mão sobre meus olhos mortos,
como se baixasse nesses entrevados
o teu carinho, a medo.

- Lya Luft,
em "Mulher no palco", 1984.

Essa máscara




Essa máscara de placidez
tanto me absorveu, que hoje
não há distância entre eu e ela:
revela a minha face,
suave e sutil,
e que me torna amiga.

Sou ela, ou serei eu?
Talvez, por tão antiga,
seja ela o meu rosto e seja máscara
esse outro perfil que olha para dentro.
Mansa por fora: dentro uma floresta escura,
poço de paixão, abismo e arremesso.

- Lya Luft, 
em "Mulher no palco", 1984.

Escolha



Apesar do medo
escolho a ousadia.
Ao conforto das algemas, prefiro
a dura liberdade.
Vôo com meu par de asas tortas,
sem o tédio da comprovação.

Opto pela loucura, com um grão
de realidade:
meu ímpeto explode o ponto,
arqueia a linha, traça contornos
para os romper.

Desculpem, mas devo dizer:
eu quero o delírio

- Lya Luft,
 em "Para não dizer adeus", 2005.


Dizendo adeus



Estou sempre dando adeus:
também ao desencontro e ao
desencanto.
Estou sempre me despedindo
do ponto de partida que me lança de si,
do porto de chegada que nunca é
aqui.
Estou sempre dizendo adeus:
até a Deus,
para o reencontrar em outra esquina
de adeuses.
Estarei sempre de partida,
até o momento de sermos deuses:
quando me fizeres dar adeus à solidão
e à sombra.

- Lya Luft, 
em "Para não dizer adeus", 2005.

DANÇA LENTA



Não somos nem bons nem maus:
somos tristes. Plantados entre chão
e estrelas, lutamos com sangue,
pedras e paus, sonho
e arte.

Nem vida nem morte:
somos lúcida vertigem,
glória e danação. Somos gente:
dura tarefa.
Com sorte, aqui e ali a ternura
faz parte.

- Lya Luft, 
em "Para não dizer adeus", 2005.


Círculo



Na vida na morte
esta chama, esta fonte,
esta noite invadida:
seus panos na cama
seus passos na casa
sua voz ao meu lado,
meu bem no seu mundo
varando meu peito:
me povoa, me coroa
de beijos e mágoas
me prende em sua rede,
me define, me redime
me inventa e desinventa
me habita e transfigura,
no ritmo das águas
deste rio sem fundo
que chama na fonte
da morte, na vida.

- Lya Luft, 
em "Para não dizer adeus", 2005.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

CONFLITO




Tenho medo das águas do destino
a invadirem o que penso e faço,
numa linha de infinda
contradição.
Eu sou assim:
quero fugir mas chamo,
quero ficar mais me assusta
não ter em mim nada seguro
e certo.

Nunca receio a alegria,
para a qual todos os milagres
são normais.
Mas quando tarda quem amo,
meu coração fica exposto
e aberto.

E mesmo assim eu persisto,
e ainda assim espero
ainda, como criança sozinha
atrás do muro.


Lya Luft
In Para Não Dizer Adeus




terça-feira, 1 de outubro de 2013

Perdas & Ganhos



" A vida não está aí apenas para ser suportada
ou vivida, mas elaborada.
Eventualmente reprogramada.
Conscientemente executada.
Não é preciso realizar nada de espetacular.
Mas que o mínimo seja o máximo que a gente
conseguiu fazer consigo mesmo."

Lya Luft,
in Perdas & Ganhos